A Palavra

Eugene H. Peterson, professor emérito do Regent College, em Vancouver – Canadá, diz o seguinte: Esse livro (a Bíblia) nos torna participantes no mundo da existência e da ação de Deus; nós não participamos dele em nossos próprios termos. Não elaboramos a trama nem decidimos qual será o nosso personagem. Esse livro tem poder gerador: coisas acontecem conosco quando permitimos que o texto nos inspire, nos estimule, repreenda, apare as arestas. Ao chegar ao fim desse processo, não somos mais a mesma pessoa.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

A PALAVRA GERADORA


Para os Criacionistas, ou em termos mais modernos, para os adeptos da TDI (Teoria do Design Inteligente), o Universo veio a existir por determinação de um Ser supremo que assim o planejou e desejou “verbalizando” este desejo em ordens que sempre começavam com: “Haja” isso, “haja” aquilo. Soa bem simplista quando colocamos dessa maneira. Porém, tudo tem um ponto de partida e quando esse ponto de partida se encontra no Verbo da vida, na fonte da comunicação e interação entre tudo o que existe, nada há de simplista; trata-se de algo profundo, poderoso, inexplicável totalmente para a mente humana, mas também perfeitamente natural para Aquele que é o Gerador da existência de todas as coisas assim como para aqueles que possuem o Seu Espírito.

Veja esse versículo que está na Bíblia, no livro de Hebreus, capítulo 11, verso 2:
“Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem.” E ainda esse, em Salmos 33:6: “Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército deles.” A palavra de Deus gera vida.

Só alcançamos a compreensão disso tudo através de um fator chamado “fé”, que pouco tem a ver com a racionalização e objetividade que habitam nossas mentes. Esse fator, fé, se aloja em nosso espírito, fazendo o percurso até a sua morada através da nossa mente, usando, inclusive, algumas de suas faculdades, como o “ouvir”, o “ver” e até mesmo o próprio “agir”, mas nunca o racionalizar. Muitas vezes, só começamos a perceber a fé quando tomamos uma atitude; atitude de buscá-la, de querer entender, de pedir a Deus essa fé, ou mesmo de simplesmente abrir nossos ouvidos para ouvir. Quando Deus nos chama, não devemos menosprezar esse chamado, pois poderemos perder uma oportunidade única de convivência íntima com o Autor da fé, Jesus. Ele diz em Apocalipse 3:20: Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.

Se não tomarmos uma atitude, poderemos entrar em um processo de endurecimento, como o que é mencionado por Jesus aos seus discípulos quando eles se preocupavam com o fato de não terem pão para aquele momento. Eles discutiam o assunto quando o Mestre lhes pergunta: “... Por que discorreis sobre o não terdes pão? Ainda não considerastes, nem compreendestes? Tendes o coração endurecido?” O Mestre faz essa pergunta porque os discípulos já haviam visto e participado de dois milagres em que Jesus havia multiplicado os pães para alimentar uma multidão. Fora o seu primeiro milagre ao transformar água em vinho. Mesmo assim tinham dificuldade em crer nessas coisas “inexplicáveis” para a mente humana. Eles estavam em um processo de aprendizado ainda, mas o Mestre já lhes adverte para o perigo do endurecimento, do ver e não crer, do ouvir e não entender, do tomar conhecimento das coisas e não se lembrar delas. Confira essa história em Marcos 8:14-21 e veja a “chamada” que os discípulos levaram do Mestre.

A Palavra de Deus é uma palavra geradora de vida, ela traz à existência aquilo que não se vê, aquilo que ainda não existe. Sendo a fé um “dom” de Deus, podemos também pedir que Ele nos dê esse dom, que ele gere isso em nós. Para exemplo disso quero mostrar mais um texto da Palavra (Bíblia) que conta a história de um pai que levou seu filho endemoninhado para que Jesus o curasse. Perceba que o pai busca um recurso no qual ele nem mesmo tinha a fé necessária para ser atendido. Veja o diálogo dele com Jesus em Marcos 9:21-24:

Perguntou Jesus ao pai do menino: Há quanto tempo isto lhe sucede? Desde a infância, respondeu; e muitas vezes o tem lançado no fogo e na água, para o matar; mas, se tu podes alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos.

Ao que lhe respondeu Jesus: Se podes? Tudo é possível ao que crê. E imediatamente o pai do menino respondeu com lágrimas: Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé!

Vemos, então, que é possível pedirmos a Deus socorro para esse tipo de problema, falta de fé, que atinge muitas pessoas atualmente. Vivemos em um mundo muito racional e objetivo, por isso não é fácil tentarmos viver nessa dimensão tão sobrenatural e “aparentemente” irreal. Mas também não é impossível. A Palavra de Deus nos garante que aquele que procurar pelo Autor da fé, Jesus, o Filho de Deus, de forma nenhuma será desprezado. Veja o que está escrito em João 6:37:

Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora.