A Palavra

Eugene H. Peterson, professor emérito do Regent College, em Vancouver – Canadá, diz o seguinte: Esse livro (a Bíblia) nos torna participantes no mundo da existência e da ação de Deus; nós não participamos dele em nossos próprios termos. Não elaboramos a trama nem decidimos qual será o nosso personagem. Esse livro tem poder gerador: coisas acontecem conosco quando permitimos que o texto nos inspire, nos estimule, repreenda, apare as arestas. Ao chegar ao fim desse processo, não somos mais a mesma pessoa.

sábado, 26 de março de 2016

QUEM PODE DERROTAR A MORTE?

Pois o que primeiramente lhes transmiti foi o que recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e apareceu a Pedro e depois aos Doze. Depois disso apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez, a maioria dos quais ainda vive, embora alguns já tenham adormecido. 1 Coríntios 15:3-6

As palavras acima são do apóstolo Paulo escrevendo à Igreja de Deus em Corinto. Os gregos não aceitavam a ideia da ressurreição do corpo, pois para eles, o corpo era uma prisão para o nosso espírito que é imortal. Portanto, como seguiam os princípios do Dualismo que apregoa corpo e alma como duas realidades não sujeitas uma à outra, duas substâncias irredutíveis entre si, para alcançarmos um estado de imortalidade seria necessário a separação do corpo para sempre. Paulo enfrentou muitos problemas por sua mensagem de ressurreição do corpo, em Corinto e no Areópago em Atenas.

Por isso, o apóstolo escreve em sua primeira carta aos Coríntios sobre isso mostrando a incoerência de muitos ali que não conseguiam apreender realidades mais profundas por trás da morte e ressurreição de Jesus Cristo. Vejam sua argumentação no correr do texto que foi citado ali no início:

Ora, se está sendo pregado que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como alguns de vocês estão dizendo que não existe ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, então nem mesmo Cristo ressuscitou; e, se Cristo não ressuscitou, é inútil a nossa pregação, como também é inútil a fé que vocês têm. Mais que isso, seremos considerados falsas testemunhas de Deus, pois contra ele testemunhamos que ressuscitou a Cristo dentre os mortos.

Mas se de fato os mortos não ressuscitam, ele também não ressuscitou a Cristo. Pois, se os mortos não ressuscitam, nem mesmo Cristo ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, inútil é a fé que vocês têm, e ainda estão em seus pecados. Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo as primícias dentre aqueles que dormiram. Visto que a morte veio por meio de um só homem, também a ressurreição dos mortos veio por meio de um só homem. Pois da mesma forma como em Adão todos morrem, em Cristo todos serão vivificados. Mas cada um por sua vez: Cristo, o primeiro; depois, quando ele vier, os que lhe pertencem. I Coríntios 15.12-17; 20-23 (grifo meu).

Paulo sabia que a subordinação existente entre a Santa Trindade: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, era verdadeira, e, da mesma forma, Deus tem poder para subordinar novamente um corpo, uma alma e um espírito por meio da ressurreição deste corpo que deixará de ser limitado para tornar-se ilimitado, deixará a corruptibilidade para herdar a incorruptibilidade. Onde estaria então a insubordinação da alma e do corpo como criam os gregos? O texto é muito rico, vale a pena ler o capítulo 15 inteiro, pode crer...

Ele prossegue mostrando as possibilidades dentro deste assunto que é verdadeiramente empolgante. Ele usa uma analogia com a vida gerada pelas sementes plantadas, veja:

Quando você semeia, não semeia o corpo que virá a ser, mas apenas uma simples semente, como de trigo ou de alguma outra coisa. Mas Deus lhe dá um corpo, como determinou, e a cada espécie de semente dá seu corpo apropriado. 1 Coríntios 15:37,38. E ainda nos versos 42-44: Assim será com a ressurreição dos mortos. O corpo que é semeado é perecível e ressuscita imperecível; é semeado em desonra e ressuscita em glória; é semeado em fraqueza e ressuscita em poder; é semeado um corpo natural e ressuscita um corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual. 1 Coríntios 15:42-44.

O que muito nos interessa é que a morte é tratada por Paulo como uma realidade adversa aos seres humanos, alguém precisaria derrotá-la. Preste atenção ao que ele diz sobre isso no verso 26 deste mesmo capítulo: “O último inimigo a ser vencido é a morte”. E esse inimigo foi realmente vencido por Jesus Cristo quando ressuscitou ao terceiro dia, Ele é a nossa vitória, a nossa Páscoa, a nossa promessa de ressurreição para uma vida que será eterna, quando estaremos livres para sempre desse inimigo como Paulo a define.

O sacrifício de Jesus foi imenso, definido na Palavra de Deus, Seu Pai, como o “penoso trabalho de Sua alma” (Isaías 53.11). Mas foi um trabalho completo, vitorioso e eterno; Ele garantiu nossa vitória sobre a morte pois a derrotou em nosso lugar quando ressurgiu em seu corpo glorificado, sendo visto pelos seus na época. Quando Ele retornar a essa dimensão como prometeu, os que morreram conscientes e crentes na Sua divindade e na Sua ressurreição primeira, passarão por essa mesma experiência. Serão igualmente ressuscitados em um corpo incorruptível e imortal, e então poderemos dizer finalmente: “Tragada foi a morte pela vitória” (verso 54 desse capítulo, parte final).

Estude esse assunto, você só tem a ganhar...

FELIZ PÁSCOA!!


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